«O programa LEI termina em 2020-2021 com um processo de mentoria em que as equipas de gestão levam os elementos substantivos da formação recebida para a sua ação na escola. E fazem-no com o acompanhamento e orientação dos formadores, com os quais iniciam um processo de transferência de conhecimento e aprendizagem com base na experiência e na cooperação».
Fundación Europea Sociedad y Educación
O programa de formação LEI (lideranças para a educação integral) tem como objectivo capacitar as equipas de liderança das escolas para a educação integral. Trata-se de aprofundar 4 áreas da escola (visão e missão, currículo, tempo e espaço, pessoas) à luz das 8 dimensões da pessoa (corporal, cognitiva, afetivo-emocional, estético-artística, social e cívica, ético-moral/espiritual). Mas trata-se de capacitar para a ação e a transformação da cultura da escola. Por isto, o curso de formação termina com a apresentação, por cada equipa de escola, de um plano de intervenção na instituição. Este plano será implementado durante o ano lectivo seguinte, tendo a equipa o acompanhamento de um dos docentes do curso que funciona como amigo crítico.
Claro que a gestão das limitações impostas pela pandemia tem ocupado grande parte do tempo das equipas de liderança. Mas há dois factores que levaram os directores a receber esta proposta com entusiasmo. Por um lado, a melhoria constante do que se faz na escola é uma preocupação central destes profissionais. Por outro lado, os dirigentes escolares e os membros das suas equipas consideram que uma abordagem integral à educação é especialmente importante quando se trata de alunos que vivem em adversidade. Para mais, quando vivemos tempos muito difíceis em que estes alunos precisam de especial protecção e cuidado.
O objetivo de todos é que no final do ano lectivo os planos de ação tenham sido implementados (alguns têm o seu início e fim no ano lectivo; outros são plurianuais). O que é interessante é que cada plano é diferente do outro. Focam diferentes áreas de atuação e interligam-se com diferentes ações de cada escola. Esperamos também, ao acompanhar a implementação dos planos, recolher dados que nos permitam melhorar o curso de formação.
«Dar sentido ao que fazemos implica começar por pensar porque o fazemos».
José Almeida. Professor do curso de formação e mentor.
«Iremos provocar processos de reflexão crítica, através da formulação de questões pertinentes e desafiadoras. Assim, iremos enriquecer o nível de análise e provocar mudanças nas ações das lidernaças, sempre em busca de uma abordagem integral da educação».
A mentoria da LEI será realizada por meio de reuniões de acompanhamento entre o mentor e as equipes de liderança, definindo-se um itinerário para cada escola. Nessas reuniões, serão formuladas “questões críticas”, que procuram ajudar a compreender melhor as causas das coisas. Além do suporte contínuo via e-mail, telefone ou videoconferência, os mentores de cada escola irão adaptar-se às necessidades individuais e coletivas das equipas de liderança.
“Cada um de nós contactou as escolas que apoia e fomos desenvolvendo o plano de acompanhamento. O desafio é adaptarmo-nos às culturas de liderança de cada escola e percebermos como podemos contribuir para mudanças sustentadas. Colocar a EI no centro da ação das equipas de lidernaça é um desafio que exige atenção constante e que se torna especialmente relevante e difícil no contexto pandémico que vivemos”. José Lagarto. Formador do curso LEI.
«A EI não é uma técnica; é uma cultura de escola que se baseia em relações e na participação —empoderamento— de cada um. Uma liderança para a EI escuta todos e a todos dá a palavra».
Rodrigo Queiroz e Melo. Formador do curso LEI
Os princípios em que se baseia este programa de mentoria, entendido como «acompanhamento e catalisador» (David Reyero, 2020), estão intimamente relacionados com a importância atribuída às relações entre as pessoas, um dos eixos da visão da LEI.
Os princípios do relacionamento entre os mentores e as equipas de lidernaça refletem a forma como o programa valoriza o papel de cada indivíduo e a contribuição para o coletivo de cada um dos membros da comunidade educativa: famílias, professores, alunos, técnicos, pessoal de apoio e o ambiente circundante da escola.
Na base do programa de mentoria LEI estão modelos de facilitação em que o protagonista é o agente e em que agente e mentor chegam a acordo sobre as possíveis decisões a adoptar.